O envelhecimento cutâneo, também conhecido como envelhecimento extrínseco da pele, ocorre por vários fatores ambientais, como raios UVA e UVB, luz visível, radiação infravermelha, calor e poluição.
Os efeitos desses elementos do ambiente nos atingem de muitas formas, tanto em casa quanto no trabalho. Ou seja: o tempo todo.
Nas próximas linhas, você vai entender como o meio ambiente pode prejudicar a sua pele e como se proteger. Boa leitura!
É muito conhecido, embora não totalmente compreendido, que a radiação ultravioleta, nas suas faixas A e B, levam a alterações degenerativas na pele.
Modificações como essas resultam nos sinais clínicos do fotoenvelhecimento, inclusive em doses baixas de radiação — mesmo sem causar vermelhidão na pele.
A dose de radiação ultravioleta que se torna prejudicial à saúde, a propósito, depende de condições como:
A radiação UVA, em particular o UVA longo — relacionado à fotocarcinogênese — não tem correlação com eritemas e está presente, relativamente, o ano todo de uma maneira mais uniforme do que o UVB.
Isso leva a vários fenômenos que precedem os sinais clínicos clássicos do dano ocasionado pela radiação.
Na epiderme, ocorre um estresse oxidativo sobre o DNA de dois tipos de células (queratinócitos basais e melanócitos).
Já na derme, há uma maior secreção de fatores inflamatórios que, por sua vez, aumentam a expressão de genes cancerígenos e levam a um dano celular difuso.
Com isso, ocorre também degeneração de proteínas fundamentais: colágeno e elastina.
Clinicamente, é possível visualizar nessa pele: sardas, manchas amarronzadas (lentigo actínico), entre outros sinais.
Vale a pena lembrar que essa interação dos raios UV, geralmente, não causa apenas envelhecimento cutâneo e câncer de pele.
Os raios também podem alterar a resposta imune da pele — com o aumento da atividade oxidativa e a destruição de células de defesa — e impacta também na imunidade do organismo como um todo.
Portanto, indivíduos que moram ou trabalham em ambientes ensolarados estão sob uma maior predisposição ao fotodano. É recomendado que os hábitos fotoprotetores sejam encorajados continuamente, mesmo na exposição rotineira.
Consulte o seu dermatologista, tire suas dúvidas e descubra em que grau a sua pele já se encontra em termos de envelhecimento.
Essa luz que enxergamos, com a exposição solar, pode interagir com a nossa pele e induzir a formação de manchas, além de reações inflamatórias.
A luz azul, que é um tipo de luz visível, também pode afetar a pele, estimulando a produção de radicais livres e causando envelhecimento precoce.
Lembrando que a iluminação das lâmpadas, computadores e celulares também pode conter a luz azul. Mas os estudos ainda não confirmam tanto fotodano, como é o caso da luz branca não-artificial.
A radiação infravermelha (IR) compõe 54% da luz solar. Contudo, os aparelhos eletrônicos também podem emiti-la. Ela também tem mecanismos que podem desencadear fotoenvelhecimento, rugas e câncer de pele.
Ainda não foi investigada uma correlação clara entre a dose e o potencial de dano. Então é difícil afirmar que fatores podem nos proteger desses efeitos.
Mas o que se sabe é que a aplicação de antioxidantes tópicos, como a vitamina C e o Resveratrol, além do protetor solar, ajudam a proteger a pele.
A exposição ao calor do sol leva a um dano no qual é difícil distinguir a participação da temperatura ou da radiação.
Mas sabe-se que o dano térmico leva ao aumento de proteínas agudas do choque térmico, as quais podem estimular inflamação e dano ao DNA das células por estresse oxidativo.
Os poluentes atmosféricos vêm sendo estudados pela sua ação deletéria na pele, já que são capazes de serem absorvidos diretamente ou pelos orifícios das glândulas sebáceas e sudoríparas ou, ainda, pelos orifícios foliculares, localizados no couro cabeludo.
Além da alteração que promovem na barreira cutânea e também os fenômenos pigmentares, há ativação de fenômenos oxidativos, inflamatórios e danos diretos ao DNA celular.
Vale destacar que a radiação ultravioleta A, em combinação com poluentes comuns, aumentam os danos relacionados ao fotoenvelhecimento, por sinergia do estresse oxidativo sobre a pele.
A interação do homem com o meio ambiente ainda está longe de ser inteiramente compreendida.
A pele, que é o nosso órgão de primeiro contato com este ambiente, está submetida a estímulos constantes, cujas consequências se evidenciam à medida que o tempo passa. É, de fato, inevitável.
A maior expectativa de vida da população, certamente, também demonstrará novos desdobramentos das exposições já estudadas — radiação solar, poluição e temperatura — bem como a influência de outros fatores ambientais.
Não é à toa que as contaminações ambientais, as condições do solo e as radiações são objetos de uma nova área de estudos médicos, denominada Geomedicina.
Por ora, já há evidências suficientes de que a radiação solar exerce um efeito amplo e relevante na pele, com um perfil acumulativo, independentemente da localidade.
Gostou do assunto? Nos siga no Instagram, compartilhamos conteúdos úteis por lá também!
Responsável técnico:
Dra. Paula Chicralla (RQE 15402)
Imagem: ansiia / Freepik